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Panquecas de banana com geleia

Eu amo o fim de semana porque é quando eu consigo preparar alguma coisa especial e posso tomar um café da manhã mais demorado, do jeito que eu gosto. Principalmente no inverno, quando fica mais difícil de abandonar a cama quentinha, geralmente me permito alguma indulgência – mas sempre com algo saudável e gostoso.

Neste domingo, seria o aniversário do Vô Eduardo e foi o primeiro 9 de julho que passei sem ele. Faz pouco menos de dois meses que ele faleceu e, como foi bem de repente, apesar de que ele já estivesse um pouco debilitado por causa da idade, a cicatriz aqui no peito ainda não está totalmente curada. E como eu sempre relaciono as emoções com a afetividade da comida, esses dias cismei de preparar as panquecas de banana que ele costumava fazer.

Pão francês e bananas nunca faltaram na casa dele e da Vó Nair. Os dois comiam muito tanto um quanto as outras, então eram itens de necessidade básica. E, como sempre, algumas bananas acabavam amadurecendo demais antes de serem consumidas. A solução para isso eram as famosas panquecas de banana. Virava e mexia lá ia ele assumir a cozinha, descascando as bananas quase passadas, quebrando inúmeros ovos, misturando com farinha e leite e fritando aquela montanha de panquequinhas.

Não me lembro dele consultando receitas nem de tê-las visto registradas em qualquer caderno que acabei herdando na última mudança deles, quando a culinária passou a não ser mais tão presente na nova casa. Pois então resolvi que faria minha versão sem consultar nada, apenas usando minha intuição e a noção que eu tenho de como deveria ser a massa de panquecas fofinhas e recheadas com rodelas de banana com as que ele fazia.

Para completar, é claro que tive que usar geleia de jabuticaba, mais uma preparação típica do vô. Na época em que começavam a surgir as florzinhas, a jabuticabeira do quintal que muitas vezes assumia as vezes de trepa-trepa para mim e para minha irmã, virava área proibida no quintal. Então esperávamos ansiosos que os galhos ficassem forrados das frutinhas pretas para nos entupirmos delas até não aguentar mais: era quando ele pegava tudo o que tinha sobrado, botava numa panelona com muito açúcar e transformava em uma geleia escura e saborosíssima que durava por meses na geladeira!

Não sei se a culpa é do carinho da lembrança, mas confesso que a minha versão não chegou aos pés da que ele fazia. (Ou vai ver a culpa é do gostinho amargo que a saudade recente deixa na gente.)

Mas mesmo assim, se você nunca experimentou esta combinação, tenho certeza de que vai gostar. Aproveite para preparar para seus queridos – quem sabe não vira uma lembrança gostosa também na sua família? <3

Panquecas de banana com geleia

1 ovo
1/3 de xícara de leite
1 colher de sopa de manteiga derretida
1/2 xícara de farinha de trigo (usei a integral)
2 colheres de sopa de açúcar
1 colher de chá de fermento em pó
1 banana nanica madura
3 a 4 colheres de geleia de jabuticaba (preferencialmente caseira, clique AQUI para acessar a receita completa)

Bata o ovo com um garfo até espumar. Junte o leite e a manteiga e bata mais um pouquinho para integrar.

Junte a farinha de trigo e misture-a bem. Por fim, adicione o açúcar e o fermento. Deixe a massa descansar por uns 5 minutinhos.

Enquanto isso, fatie a banana em rodelas finas. Reserve.

Aqueça uma frigideira antiaderente, espalhe 1 ou 2 gotinhas de azeite e distribua pouco menos de 1 concha da massa sobre ela. Quando surgirem as primeiras bolhas na superfície, coloque algumas rodelas de banana por cima. Vire com cuidado a panqueca quando a parte de baixo estiver dourada e retire-a do fogo quando a outra superfície também dourar.

Repita a operação, sempre untando a frigideira antes de colocar a massa. No final você deve ter entre 3 e 4 panquecas, dependendo do tamanho.

Sirva as panquecas de banana no prato com a geleia de jabuticaba (ou outra de sua preferência) por cima.

É aquariana, curiosa, jornalista e tem uma infinidade de interesses — entre eles, a culinária. Não é chef (nem pretende ser) mas a necessidade de morar sozinha a fez experimentar a alquimia das panelas e descobrir que o fogão não é um bicho de quatro bocas.

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