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Por que devo diminuir o consumo de alimentos ultraprocessados?

No mês passado, foi divulgado um estudo que comparou pacientes com dietas baseadas em ultraprocessados (como salgadinhos de pacote, refrigerantes, biscoitos, produtos congelados, etc.) e dietas com alimentos naturais, processados ou minimamente processados (sendo eles, frutas, legumes e verduras; queijo, pães, grãos, leite, ovos e qualquer alimento que passou por poucos processos industriais).

Foram avaliadas 20 pessoas, 10 homens e 10 mulheres, com média de 31 anos, sem qualquer doença associada (como diabetes, hipertensão e colesterol alto) e com o peso corporal estabilizado.

Durante duas semanas, um dos grupos recebeu uma alimentação com alimentos ultraprocessados, enquanto que o outro consumia predominantemente alimentos in natura e pouco processados. As duas dietas eram semelhantes em valor calórico, açúcares, proteínas, gorduras e fibras, e os pacientes poderiam comer o quanto quisessem.

O resultado foi interessante: o grupo dos ultraprocessados teve uma ingestão de 500 calorias a mais por dia do que o outro grupo. Isso pode ter contribuído para outro achado do estudo: esse mesmo grupo também aumentou cerca de 0,9 Kg de peso nas 2 semanas do estudo.

Estes dois resultados podem ser explicados por alguns fatos observados: quem estava na dieta dos ultraprocessados, teve a tendência de comer mais rápido e sem mastigar direito, diminuindo a sinalização da saciedade.

Outra possível explicação é que, no grupo dos ultraprocessados, para que o nível de fibras ficasse igual à dieta menos processada, foi necessário suplementar com fibras solúveis, que podem, portanto, serem menos eficazes na hora de garantir a saciedade, fazendo com que os pacientes sentissem mais fome.

As conclusões deste estudo nos mostram, cada vez mais, como a comida de verdade deve ser incentivada e fazer parte da maioria dos nossos dias. O consumo excessivo de alimentos industrializados que sofreram inúmeros processos até chegar na nossa mesa pode aumentar o risco de desenvolvimento de sobrepeso e obesidade, além de doenças crônicas não transmissíveis como diabetes, hipertensão e colesterol alto.

Para entender melhor o que são alimentos ultraprocessados, processados, minimamente processados e in natura, acesse o Guia Alimentar para a População Brasileira: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/guia_alimentar_populacao_brasileira_2ed.pdf

Para ler o estudo completo: https://www.cell.com/cell-metabolism/pdf/S1550-4131(19)30248-7.pdf

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Raquel Labonia
 é uma nutricionista completamente apaixonada pelo que faz e com intensa e incansável vontade de fazer a diferença no mundo. Motivada por essa inquietude, em 2015 criou a WellMove (abreviação de Wellness Movement), que representa um Movimento Pelo Bem-Estar em seu sentido mais amplo. Estar bem é a harmonia entre o nosso físico, mental e também o ambiente em que vivemos. Hoje, a WellMove se tornou uma Consultoria em Nutrição e Bem-Estar atuante em diversas áreas, que trabalha com projetos de qualidade de vida, sustentabilidade, comunicação e marketing nutricional e consultas particulares em consultório.

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