Como ler rótulos de produtos alimentícios
A leitura dos rótulos, ao longo dos anos, se tornou fundamental na hora de compor uma alimentação mais saudável e consequentemente de melhor qualidade a toda a família. No entanto, poucas são as pessoas que realmente entendem como deverem realizar esta observação e muitos se limitam a conferir apenas ao valor calórico dos alimentos.
O rótulo de um produto também tem o objetivo de orientar o consumidor sobre a quantidade dele que deverá ser consumida e o que exatamente está sendo ingerido, no que diz respeito aos constituintes nutricionais do alimento, favorecendo uma escolha apropriada.
Quem regulariza o que deve constar em um rótulo alimentar é a Agencia Nacional de Vigilância Sanitária, a ANVISA, e, segundo ela, todos os alimentos industrializados devem trazer as informações nutricionais como valor energético, porção, medida caseira e quantidade por porção de carboidratos, proteínas, gorduras, fibras e sódio, além de todos os ingredientes utilizados para a confecção do produto.
Agora vamos ver o significado de cada um deles e aprender a comparar os melhores produtos do mercado.
Iremos começar a analise pela TABELA DE INFORMAÇÃO NUTRICIONAL, que irá auxiliar diretamente nas escolhas por produtos mais saudáveis. Nela encontramos:
– PORÇÃO: Trata-se da quantidade média recomendada para o consumo, para manter uma alimentação saudável. Ela normalmente é descrita em gramas ou em mililitros mas contém uma “tradução” em medidas caseiras ao lado para facilitar o dia a dia dos consumidores. Exemplo: Porção 30g. (5 unidades).
– PERCENTUAL DE VALORES DIÁRIOS (%VD): Indica a quantidade de calorias e de nutrientes que o alimento corresponde em relação a uma dieta padrão (para uma pessoa saudável) de 2000 Kcal. Exemplo: Sopa Pronta em pó – Sódio 90%VD. Este é um sinal de que só este produto já oferece quase o total da quantidade recomendada deste nutriente, ou seja, fuja dele!
– VALOR ENERGÉTICO: Representa a quantidade de energia produzida pelo nosso corpo proveniente dos carboidratos, proteínas e gorduras totais. No rótulo, o valor energético é expresso em forma de quilocalorias (kcal) e quilojoules (kJ). Como ele é o resultado do conjunto de alguns nutrientes presentes no produto, o valor calórico deve ser a última coisa a qual devemos prestar atenção na leitura de um rótulo.
– CARBOIDRATOS: Eles atuam como fontes de energia para o corpo. A parcela não utilizada pelo organismo é estocada na forma de gordura. Por isso, é preciso consumir uma quantidade adequada desse nutriente por dia. Por isso, verifique se o produto contém até 20g. de carboidrato em seu rótulo. Valores muito superiores a este limite indicam que o produto contém grande adição de açúcar em sua composição.
– PROTEÍNAS: Auxiliam a construir e conservar tecidos, órgãos e células. Em doses apropriadas, garantem a manutenção da saúde e também proporcionam sensação de saciedade. Em função disto, sempre verifique se o produto que está comprando contém alguma gramagem de proteína. Quanto mais o produto tiver, melhor será. Atenção pois alguns alimentos contém 0g. de proteína em sua composição e, caso os encontre, evite a sua compra!
– GORDURAS TOTAIS: Além de serem altamente energéticos, esses compostos auxiliam no transporte das vitaminas A, D, E e K. As gorduras totais representam a soma de todos os tipos de gorduras, ou seja, as poliinsaturadas, monoinsaturadas, saturadas e trans. Fique atento para que os produtos que escolher contenham até 6,0g. de gorduras totais em sua composição. Valores muito superiores a esta condição implicam em ganho de peso corporal e alterações cardíacas como aumento de colesterol e de triglicérides.
– GORDURAS SATURADAS: Tipo de gordura presente em alimentos de origem animal. O seu consumo deve ser moderado, pois em grandes quantidades pode aumentar o risco de desenvolvimento de doenças cardiovasculares.
– GORDURAS TRANS: Ela é encontrada em grandes quantidades em alimentos industrializados, como as margarinas, cremes vegetais, biscoitos, sorvetes, salgadinhos prontos, produtos de panificação, alimentos fritos e lanches salgados que utilizam as gorduras vegetais hidrogenadas na sua preparação. Nosso corpo não precisa desse tipo de gordura e quando consumido em grandes quantidades pode aumentar o risco de doenças do coração, sendo assim, sempre prefira alimentos que não contem gordura trans em sua composição.
– FIBRAS ALIMENTARES: a ingestão de fibras é fundamental para o organismo. Elas ajudam a controlar as taxas de glicemia e de colesterol, melhoram a função intestinal e ainda aumentam a nossa saciedade. Então, quanto mais fibras o alimento tiver, melhor para nosso corpo! Sendo assim, prefira sempre os produtos que contêm mais do que 1,5g. de fibras alimentares no rótulo dos produtos.
– SÓDIO: deve ser consumido com moderação, uma vez que o seu consumo excessivo pode levar ao aumento da pressão arterial. Evite os alimentos que possuem mais do que 200 mg. de sódio no rótulo. Cuidado com os temperos prontos, salgadinhos e produtos em conserva. Repare como o valor de sódio nestes alimentos é muito alto! É um item importantíssimo a ser lido, principalmente pelos hipertensos.
Quanto aos INGREDIENTES, eles normalmente aparecem em ordem decrescente, ou seja, o primeiro é o que está presente em quantidade maior. Por exemplo: “sucos” que contém em sua composição “Açúcar, água e polpa de fruta”, nesta ordem, são na verdade um xarope com um pouquinho de fruta.
Além de todos estes dados, os produtos ainda devem apresentar no rótulo pelo menos o dia e o mês, quando o prazo de validade for inferior a três meses. O mês e o ano para produtos que tenham prazo de validade superior a três meses. Também deve trazer informação sobre a presença de glúten para facilitar aos pacientes celíacos.
Agora que sabe tudo sobre rotulagem, comece a prestar mais atenção na leitura do rótulo dos seus alimentos e faça uma escolha mais saudável para a sua alimentação. E lembre-se: em caso de dúvida, conte sempre com um nutricionista.
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Thaís Lamonica é nutricionista com foco de trabalho na reeducação alimentar e no emagrecimento. Escolheu estudar Nutrição pois queria ajudar as pessoas através de um fator que estivesse presente na casa de todo mundo – o alimento. Acredita que pode auxiliá-las a entenderem que se alimentando melhor podem ter mais qualidade de vida, autoestima e longevidade.
Foto: Reprodução
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