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Enlatados: entenda os benefícios e malefícios para a sua saúde

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Alimentos enlatados são sinônimo de praticidade. E quem não gosta das opções práticas que o mercado oferece, não é? Enlatados são uma opção rápida e prática, dispensam o uso do fogão… parece até mágica. Mas é importante entender e saber o que você está consumindo.

Os alimentos enlatados foram criados no século XIX em Londres, com a intenção de alimentar soldados nas guerras e rapidamente ganharam a Europa e os Estados Unidos. No Brasil, sempre foram vistos como uma opção perigosa para a saúde.

Em primeiro lugar é muito importante entender que os alimentos in natura são sempre são as melhores e mais saudáveis opções. Porém, nem sempre é possível, em meio à correria, ingerir alimentos fresquinhos.

Hoje, após algumas regulamentações que proíbem a adição de substâncias tóxicas como o bisfenol-A (BPA), por exemplo, que é altamente cancerígeno, já é possível incluir alguns alimentos enlatados em nossa alimentação. Com a evolução da tecnologia para embalagens, a lata de aço tornou-se mais resistente, prática e segura, o que dispensa o uso de conservantes nos alimentos.

Entre milhares de novos atributos desenvolvidos, dois merecem ser citados: o sistema de abertura e fechamento (que facilita o envase e armazenamento de alimentos após a abertura) e a criação da película interna flexível (que acompanha a deformação da embalagem e protege o conteúdo mesmo em caso de amassamento). Mas vale ressaltar que isso só vale para as lata de aço. Portanto, observe se consta na lata a indicação de que é realmente feita de aço!

Além disso, precisamos nos atentar às informações nutricionais. Apesar de não ser mais necessária a adição de conservantes químicos, na maioria dos enlatados o sódio está presente em grande quantidade. Outro ponto muito importante é observar se foi adicionado açúcar ao alimento. O milho e a ervilha enlatados, por exemplo, costumam ter estes componentes em grande quantidade, mas hoje já existem marcas em que o açúcar não é adicionado, assim como o sódio. Compare sempre o rótulo das marcas. Esta é a melhor maneira de você escolher o alimento mais saudável disponível nas prateleiras: prefira enlatados em que foi adicionado apenas a água.

Vamos analisar abaixo os enlatados mais consumidos e as melhores formas de selecioná-los para o consumo:

1) Conservas de Peixes enlatados (atum, sardinha, salmão etc.)

Os peixes no Brasil se alimentam de elementos que contém metais pesados, ficando contaminados por eles. Uma vez que os metais pesados são lipofílicos, ou seja, tem afinidade por gordura, escolha sempre as conservas de peixes em óleo ou azeite (ainda melhor!). Durante o tempo em que ficam mergulhados na gordura, os metais pesados passam para o óleo da conserva, por isso, descarte-o sempre antes do consumo. Observe também o teor de sódio destes enlatados, comparando as marcas e escolhendo os que apresentam o menor teor.

 

2) Conservas de Vegetais enlatados (milho, ervilhas, seleta de legumes, tomates pelados etc.)

Durante o processo de conservação dos alimentos, o teor de vitamina C deles fica bastante reduzido. O próprio cozimento provoca a perda de nutrientes, mas, em processos industriais, os efeitos negativos da conservação seriam ainda piores. Observe o rótulo dos vegetais em conserva e analise se não foi adicionado a ele o sódio ou a salmoura (sódio e açúcar). Não restam dúvidas de que os vegetais frescos, principalmente crus, são as melhores opções. Porém, caso não consiga utilizá-los, compare a rotulagem e escolha a marca com menos conservantes químicos. Não se esqueça de atentar-se também ao prazo de validade e à quantidade de gordura na composição, preferindo os níveis mais baixos. Quando for abrir a lata, verifique se o aroma e a cor do alimento não estão alterados. O ideal é enxaguar com água corrente antes de consumir — assim eles ficam mais saudáveis (não é necessário lavar os tomates pelados se eles forem conservados apenas no suco do tomate). E, se possível, dê preferência aos vegetais congelados, que conservam melhor sua composição nutricional.

 

3) Conservas de Frutas enlatadas (pêssego, figo, abacaxi, morango etc.)

Assim como a conserva de vegetais, o teor de vitamina C das frutas enlatadas cai drasticamente, chegando a menos da metade do seu teor em comparação com produtos frescos. Além disso, normalmente existe uma grande adição de açúcar (calda) e conservantes indesejáveis às frutas enlatadas, por isso não é indicado o seu consumo. Para ter acesso a frutas que não estão na época, a dica é, sempre que possível, comprar as frutas frescas e congelá-las para uso posterior. Outra alternativa é comprar as frutas já congeladas em vez de enlatadas.

 

Dica importante

Independente do tipo de enlatado, armazene as sobras em um recipiente de vidro, sem o líquido da lata, e as mantenha bem tampadas na geladeira. Nunca deixe o restante na lata, para evitar contaminação do alimento pela oxidação do aço.

 

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Karin Feiner é nutricionista (CRN 36543) formada pelo Centro Universitário São Camilo e apaixonada pela profissão. Seu foco é a reeducação alimentar, visando a qualidade de vida e a promoção de saúde através da alimentação.

Atualmente mantém um consultório em Cotia/SP e, caso haja interesse, as consultas podem ser agendadas pelo seu site.

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