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Estrogonofe “verde” da vó Nair

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Este estrogonofe é bem diferente da maioria das receitas que já vi até hoje. Mas o mais incrível é que esta foi a minha única referência de estrogonofe por muito tempo da minha vida: era assim (e somente assim, sem ketchup e mostarda, e um tantinho picante) que a vó Nair fazia e a gente comia bem feliz.

Apesar do sabor diferente e acentuado e dessa cor linda e super exótica, eu e minha irmã, ainda bem pequenas, implorávamos para que este fosse o cardápio do almoço, de preferência várias vezes no mês!

O maior segredo deste estrogonofe “verde” é o curry indiano. E não adianta querer substituí-lo por aquele curry super amarelo-laranja alegre, de pacotinho, que a gente encontra com outros temperos no supermercado. O ideal mesmo é escolher um de qualidade um pouquinho melhor, de preferência vendido em potes como este da foto e com cor puxando mais para o marrom esverdeado (que, aliás, nem é dos mais caros/melhores).

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O curry é um dos temperos mais antigos do mundo e o mais curioso é que não existe uma fórmula padrão para produzí-lo. Cada família indiana possui seu próprio ritual e sua receita particular, geralmente secreta, que pode ser composta por mais de 70 especiarias e plantas diferentes!

É justamente daí que vem a explosão de sabor super especial que ele proporciona aos pratos, já que para ser chamada de curry, a mistura precisa ter pelo menos nove especiarias, entre elas coentro, cominho e três tipos diferentes de pimenta.

Faz pouco tempo que minha mãe me contou que quem ensinou essa receita para minha avó foi um estudante que veio da Índia e ficou hospedado por um tempo na casa dos meus bisavós quando ela ainda era bem mocinha.

Imagino eu que deveria ser um tipo de ensopado típico de lá que ele preparava para retribuir a acolhida da família, adaptando com os ingredientes disponíveis aqui. E que, ao não saberem o nome original do prato e por ser uma receita internacional, começaram a chamar simplesmente de estrogonofe.

Veja só: um exemplo perfeito de como as receitas clássicas viajam pelo mundo sendo descobertas e adaptadas aos hábitos locais, ganhando sabores e nomes diferentes dos pratos originais. Interessante, não é?

Estrogonofe “verde” da vó Nair

1 colher de sopa de manteiga
1 cebola picadinha
400g. de carne (miolo de acém, patinho ou coxão duro)
2 colheres de sopa de salsa fresca bem picadinha
100g. de cogumelos em conserva escorridos e fatiados
500ml. de água quente
1 caixinha de creme de leite (200ml.)
2 colheres de chá de curry indiano
1 colher de sobremesa de maisena dissolvida em 2 colheres de sopa de água fria (opcional)
Sal e pimenta do reino a vontade

Aqueça uma panela de pressão ou de fundo grosso e derreta a manteiga para refogar a cebola até começar a dourar. Junte a carne, a salsa e tempere com sal e pimenta do reino.

Quando a carne perder a cor de crua, cubra com a água e deixe cozinhar até a carne estar macia (na pressão: miolo de acém, por mais ou menos 30 minutos; patinho ou coxão duro, por mais ou menos 15 minutos). Retire um pouco do caldo e dissolva o curry nele, retornando-o à panela. Espere ferver novamente, junte os cogumelos escorridos e prove para corrigir o tempero, se necessário.

Dica: se quiser, pode guardar essa carne cozida na geladeira de um dia para o outro ou então congelar por até três meses (sempre em pote bem fechado).

Na hora de servir, esquente a carne até ferver, acrescente o creme de leite e vá mexendo até quase ferver novamente (mas cuidado para não deixar borbulhar para não talhar o creme). Prove novamente e, se precisar, corrija o tempero (sal, pimenta e curry). Se estiver muito líquido, misture a maisena dissolvida na água e não pare de mexer até engrossar no ponto que preferir — eu prefiro bem cremoso

Sirva com arroz branco e batata chips. Esta quantidade serve bem duas pessoas.

É aquariana, curiosa, jornalista e tem uma infinidade de interesses — entre eles, a culinária. Não é chef (nem pretende ser) mas a necessidade de morar sozinha a fez experimentar a alquimia das panelas e descobrir que o fogão não é um bicho de quatro bocas.

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